Dúvidas sobre Uwe Becker: idoneidade para presidente do Tribunal de Contas é controversa
Uwe Becker (CDU) vai tornar-se presidente do Gabinete de Auditoria de Hesse, mas a oposição manifesta preocupação quanto à sua adequação e imparcialidade.

Dúvidas sobre Uwe Becker: idoneidade para presidente do Tribunal de Contas é controversa
Em Hesse, o cenário político está em ebulição. No horizonte está a possível nomeação de Uwe Becker (CDU) como o novo presidente do Tribunal de Contas de Hesse em Darmstadt. Muitos olhares estão voltados para esta personalidade porque a oposição no parlamento estadual, incluindo os Verdes, o FDP e a AfD, expressam dúvidas consideráveis sobre a adequação de Becker para o cargo. No entanto, as preocupações são menos de natureza substantiva, mas baseiam-se principalmente em aspectos formais, como relata fr.de.
Os requisitos legais exigem que os membros do Tribunal de Contas sejam qualificados para um serviço superior, o que normalmente exige um diploma universitário. Becker, por outro lado, “apenas” concluiu o treinamento como bancário. Apesar dessa exigência formal, Becker traz consigo muita experiência: foi tesoureiro municipal por 14 anos e prefeito de Frankfurt por cinco anos. Os membros da oposição ainda levantam questões sobre a imparcialidade, especialmente porque Becker está actualmente a trabalhar como Secretário de Estado das Finanças e continuará a actuar como representante do governo estadual para a vida judaica e o anti-semitismo, o que está proibido de fazer por lei, uma vez que os membros do Tribunal de Contas não estão autorizados a ocupar cargos secundários.
Tensões políticas e preocupações jurídicas
A oposição deixou claras as suas preocupações na comissão orçamental e estas não são apenas dirigidas contra Becker como pessoa, mas também dependem da base jurídica da sua possível eleição. Espetáculo de Hesse relata que as vozes críticas foram particularmente altas por parte de Matthias Wagner, o líder do grupo parlamentar dos Verdes. Ele exige uma explicação clara do governo estadual sobre os conflitos de interesses existentes.
Wagner salienta que, de acordo com a Secção 12 da Lei do Tribunal de Contas, os membros do Tribunal de Contas não estão autorizados a participar em assuntos em que eles próprios estiveram envolvidos. Este acordo levanta questões sobre como Becker pode auditar imparcialmente as finanças do país enquanto está entrincheirado em posições políticas de longa data. O FDP e a AfD partilham preocupações semelhantes e sugerem que é necessário um esclarecimento jurídico da situação.
O caminho para a nomeação
A decisão sobre a nomeação de Becker como Presidente do Tribunal de Contas deverá ser tomada pela coligação negra e vermelha que governa Hesse na próxima semana. Uma eleição no parlamento estadual está planejada antes do início das férias parlamentares de verão. Becker sucede a Walter Wallmann, cujo mandato termina no final do mês. Becker é considerado um especialista financeiro com vasta experiência política local e é, por último mas não menos importante, conhecido pelo seu trabalho contra o anti-semitismo.
Os desafios que aguardam Becker na sua nova função estão, portanto, claramente definidos. Resta saber se os obstáculos legais poderão ser superados e se a sua nomeação decorrerá sem problemas. Um porta-voz do Ministério das Finanças de Hesse já confirmou que está a ser elaborado um modelo de gabinete para a proposta de pessoal, a fim de resolver possíveis problemas, como tagesschau.de relatado.
O tempo está se esgotando: faltam apenas duas semanas para as eleições. As ondas políticas em Hesse continuam turbulentas e continua a ser emocionante ver que decisões são finalmente tomadas. As vozes da oposição são altas e a capacidade do governo estadual de suportar a pressão tornar-se-á uma questão crucial na política de Hesse.